FRIDA KAHLO - PRIMEIRO POST NO PORTAL LINGUA ESPANHOLA

Frida Kahlo , ou Magdalena Carmen Frida Kahlo, nascida no México na cidade de Coyoacan é uma das personalidades femininas que mais me encanta, por isso a escolhi para prestar esta homenagem logo no meu primeiro artigo neste Portal que enaltece a cultura Hispânica. Frida nasceu como umas das filhas do meio, de um alemão judeu fotógrafo e de uma mexicana com raízes indígenas, que amava cozinhar e cuidar muito bem das filhas e da casa. Mulher muito religiosa que levava muito a serio as tradições de seu povo. Isto ajudou na formação de Frida, quanto ao seu nacionalismo, seu amor pelo México, e a se tornar uma das embaixatrizes da cultura mexicana pelo mundo. Por ser uma das preferidas de seu pai, Frida aprendeu com ele a fotografar, colorir fotografias, o que acabou sendo muito útil à sua pintura. Frida, quando criança, queria ser médica, talvez pela influência, que hospitais e doenças tinham na sua vida desde cedo. Aos seis anos contraiu Poliomielite, o que rendeu a ela uma infância problemática e limitada. Depois na sua adolescência, sua doença interferiu na sua forma de vestir, num tempo onde mocinhas usavam saias normalmente, Frida usava calças compridas, para esconder sua perna mais fina pela doença. Não só seria por isso, mas também pela personalidade feminista e revolucionaria que Frida herdara, de viver num México cheio de movimentos políticos e revoluções constantes. Aos vinte anos, Frida sofre um acidente grave numa colisão de bonde, quando voltava da escola, o que lhe causou um problema crônico, por ter parte de sua coluna comprometida. Isso a obrigou a ficar internada no hospital por vários meses, presa a um colete ortopédico que a impedia de ser livre e causava dores terríveis, que ela retrata em seus quadros como Cravos que fincavam seu corpo e causavam ferimentos e dor. Presa em uma cama em sua casa por vários meses, sempre nas suas crises, Frida se dedicou cada vez mais a pintura, desenhos e outros trabalhos manuais. Atraída pela política, pela literatura e ciências sociais, Frida esquece a medicina e se entrega as artes. Guiada pelo dom natural de desenhar, pintar de uma forma extraordinária, Frida se entrega de corpo e alma a pintura. Cedo conhece o artista e amor de sua vida, Diego Rivera, que também pintava, e partilhava com ela o mesmo meio político e de grandes personalidades. Frida era muito bem relacionada no mundo inteiro por sua graça, carisma, inteligência e altivez.

Frida pintava seu jardim, visto de seu leito adaptado para portar seu cavalete de pintura, pintava sua feira local, frutas, verduras, e todo seu ambiente, vida familiar, recordações e lembranças de toda uma vida. Sempre manifestava sua dor através de lindas figuras, que traziam também, cravos, flechas que perfuravam seu corpo pequeno e frágil. A dor e a morte duas presenças constantes em seus quadros. Mas além de artista maravilhosa e ativista política, Frida também passa a se interessar pela culinária, depois de algum tempo. Passou a amar a cozinhar, como toda mulher apaixonada, e fazia questão de cozinhar para seu grande amor Diego. Tinham pratos especiais que demonstravam a paixão e a luxuria que permeava o relacionamento do casal. Existe uma passagem em que relatam que Diego dizia que os seios de Frida pareciam pêssegos pequenos, e se referia às nádegas da mulher, como redondas. Ela muito vaidosa, dizia que eram como as folhas da Erva Santa, que têm um formato de coração. Daí surgiu o nome que ela dá ao seu caderninho preto, que além de ter várias anotações pessoais, abrigava também as preciosas receitas de Frida, na qual selecionei duas delas para vocês. Uma de sua babá, que amava demais, e outra, de uma de suas famosas festas feitas na sua Casa azul. Desse livrinho preto chamado Erva Santa, sumido e encontrado anos depois de sua morte, saem receitas extraordinárias de essência mexicana, mas não só receitas mexicanas encontram por lá. Frida, muito viajada, conheceu muitos pratos que fazia questão de reproduzir em sua terra natal com produtos mexicanos. Muitas iguarias foram reproduzidas durante seus jantares famosos. Sempre fazendo questão de enaltecer a cultura mexicana, não só pelas roupas típicas, mas também pela culinária e respeito às tradições, Frida dedicava-se muito em pintar e cozinhar sobre o dia dos mortos, daí, suas caveiras famosas presentes em sua arte, e outros simbolismos. Na cultura Mexicana o Dia dos Mortos é uma data muito celebrada. Existe o ritual de se montar um altar com comidas, doces, pães, caveiras de açúcar, incensos, fotos de parentes, cravos... Dizem que no Dia dos Mortos, dia 02 de Novembro, os falecidos têm permissão de voltar a terra e por isso são recebidos com altares cuidadosamente arrumados para eles. Frida fazia questão de manter esta tradição. Frida fica conhecida como a mulher da paixão e pintora da agonia, seus quadros exalam isto. Devota da virgem de Guadalupe, apaixonada por Diego e tomada pela dor que não a abandonava, Frida até o final de sua vida mantém seu diário sempre perto de si, descrevendo toda sua luta diária, sua superação dentro de seus limites. Viver era difícil... Morrer talvez fosse mais fácil. Segundo ela, morrer era para todo mundo, viver não. Neste Livrinho chamado Erva Santa existe uma passagem muito bonita sobre a culinária e o ato de cozinhar, chama-se sangria. "A sangria é a mulher. É a que tem cheiro de tempero e cebola. A que dá cor e ardido ao macho tequila. Os dois juntos são o idílio perfeito. Como eu gostaria de ser assim com o meu Dieguito. Mas ele pôde ser meu amigo, meu filho, meu amante, meu colega; nunca meu esposo. Depois do desastre que sofri com o bonde, ele foi meu pior acidente." Dai saiu a receita sangrita. Num outro momento posso passá-la para vocês. Hoje seleciono duas, uma da Frida Anfitriã da Casa azul, e outra de Frida criança, comendo os bolinhos de sua babá amada. Espero que sintam a mesma emoção que eu senti ao reproduzi-las!! Grande abraço, e divirtam-se!!! “Um dia Diego convidou uma daquelas gringas sabe-tudo, e ela me perguntou por que tudo no México leva frango. Eu nunca havia pensado nisso. O frango é a base de nossa alimentação. É por isso que não tenho dúvidas: o caldo de frango é mexicano; não importa se foi criado pelos franceses,..." (Frida Kahlo). Frango a la Frida Ingredientes da receita de frango a la Frida • 500 g de sobrecoxa de frango ( umas 5 unidades) • 1 talos de alho poró laminado • 3 colheres (sopa) de azeite • 1 cebola média ralada • 50g farinha de trigo • 1 colher (sopa) de molho inglês • 1 litro de fundo de frango (ou caldo de frango) • Salsinha fresca picada • Sal, limão e molho de pimenta vermelha a gosto Modo de preparo Comece temperando o frango com o sal, a pimenta e o limão e reserve. Se você não tiver o caldo de frango, aproveite as aparas para fazê-lo. Numa panela, coloque a farinha e deixe dourar. Quando estiver dourada – e não queimada!- vá acrescentando o caldo de frango aos poucos na farinha ainda quente com fogo ligado até formar um creme de cor dourada. Junte parte do alho poró e reserve. Em outra panela, coloque o azeite e frite o frango com o restante do alho poró. Deixe dourar bem. Junte a cebola e refogue por mais 3 minutos, despeje tudo dentro da panela com o creme. Cozinhe em fogo simmer, até o frango ficar macio. Sempre que o creme for secando, acrescente mais caldo quente. Receita da Babá de Frida "As receitas de minha Babá" Bolinhos de mel de piloncillo 500g de farinha peneirada 125g de banha de porco 1/2 colher (chá) de anis dissolvido em 1 xícara de água 500g de requeijão Óleo para fritar Amasse bem a farinha com a banha e a água de anis, até obter uma massa elástica. Deixe repousar por 1 hora, faça bolinhas e abra-as com um rolo numa mesa enfarinhada, ajudando a estende-las com os dedos, até obter um disco. Aqueça o óleo e frite os bolinhos até dourar. Escorra e ponha-os sobre papel absorvente para tirar o excesso de óleo. Sirva numa travessa com requeijão, espalhado por cima e banhe com a seguinte calda: Numa panela, coloque 500g de piloncillo, 1 litro de água, 1 lasca grande de canela, 4 goiabas e 3 maçãs, e ferva até ficar uma pasta espessa. Chef Denise Capela (denisecapela@linguaespanhola.com.br) - See more at: http://www.linguaespanhola.com.br/home/frida-kahlo/55#sthash.fqKn0Qx2.YYi6XhaK.dpuf