quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Porque as pessoas acham que Natal eh comprar?


Natal epoca em que muitas pessoas estao deprimidas, mal humoradas, tristes e com raiva do mundo. Porque? Muitas nao estao tristes porque falta um ente querido nesta data, ou porque esta em solidao ou doente. Muitos estao tristes porque nao podem comprar como gostariam. O Natal para estas pessoas significa gastar e gastar... 
A atenção está centrada na compra e não na partilha. É maravilhoso oferecer um presente de Natal às pessoas que mais gostamos, mas nos dias que correm, esse espírito está deturpado. Ora vejamos: passamos várias semanas a correr de um lado para o outro com listas e compras de Natal, para que na noite do Natal o presente oferecido seja rasgado e aberto em um minuto e praticamente esquecido no dia seguinte. Afinal, estamos focalizados na compra ou na oferta?
Oferecer é ótimo, mas comprar não é a solução. Já referimos que não há nada melhor do que oferecer, mas será que temos mesmo de comprar para oferecer? Nos dias que correm, comprar é muitas vezes visto como uma solução para todos os problemas, mas a única coisa que tem saído daí é uma sociedade atolada em dívidas e com casas cheias de coisas desnecessárias. Podemos encontrar outras formas de oferecer presentes: confecionar bolachas ou bolos, fazer de babysitter para que um casal possa sair e divertir-se, criar um álbum de fotos, ajudar alguém , ou tantas outras coisas práticas e úteis…
O lixo. Vamos falar das embalagens: a embalagem de um brinquedo tem quase sempre o dobro do volume do brinquedo em si, entre cartão, plástico, saquinhos e papéis vários – é tudo um enorme desperdício! Para além disso, trazemos tudo para casa em sacos, para depois colocar dentro de caixas e embrulhar com papel e fitas. Tudo isto é deitado fora no dia de Natal. E, no meio de tudo aquilo que as pessoas recebem na noite ou na manhã de Natal, é impossível dar o devido valor a cada presente, por isso, há sempre alguma coisa que fica esquecido num armário qualquer.
Dívidas e mais dívidas. A maioria das pessoas gasta muito dinheiro na época de Natal, entre presentes, alimentação e o combustível necessário para ir a todas as lojas. Onde é que se acumula este dinheiro? Para muitas pessoas nos cartões de crédito, onde acabam por aumentar as suas dívidas e pagar juros altos durante os meses que se seguem. É assim que quer começar o novo ano? Para quem consegue evitar as dívidas, mesmo assim há que refletir: quer utilizar o dinheiro que trabalha tão arduamente para ganhar só para o gastar numa montanha de coisas supérfluas?
Publicidade incessante. Somos bombardeados diariamente com publicidade – seja na TV, rádio, Internet, imprensa, via SMS, caixa de correio ou nas lojas – e a publicidade torna-se ainda mais feroz na época de Natal, apelando ao espírito consumista de miúdos e graúdos. E a verdade é que consegue! Ignore a publicidade de Natal que nada tem a ver com o verdadeiro espírito natalício…
Combustível extra. Começando por todo o combustível que se gasta nas compras de Natal e acabando nos custos de transporte e logística que rodeiam tudo aquilo que se compra nesta quadra, a verdade é que quem paga a fatura é o planeta: uma pegada de carbono multiplicada por causa de um dia no ano e de muitos presentes que serão arrumados ou esquecidos pouco depois.



Ainda existe muita fome e pobreza no mundo. Enquanto nos preocupamos com presentes de Natal, nos quais gastamos rios de dinheiro, em muitas partes do mundo as pessoas estão preocupadas com a sua próxima refeição, o seu próximo copo de água, onde vão dormir ou se vão conseguir aquele medicamento. Porque não doar parte do dinheiro que tem destinado para as compras de Natal a quem realmente precisa?
Acumular, acumular, acumular. E o que acontece a todos esses presentes de Natal depois de abertos? Vão para debaixo do sofá, para o armário da entrada ou para o sótão. Porquê continuar a oferecer coisas inúteis se já temos tanta coisa com a qual não sabemos o que fazer? Para quê mais, porquê atolar as casas dos outros com objetos desnecessários? Parece que a obrigação fala mais alto… mas o Natal não é obrigação

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